Chegado o Fim de Ano, por norma é hora de fazer um balanço. Muito havia a ser dito, ou talvez não, porque foi um ano que passou a correr e não tenho noção de ter feito nada memorável.
Abreviando porque o tempo é escasso:
A nível profissional, um ano que começou bem mas que evoluiu para o descalabro.
A nível pessoal, um ano naturalmente estável, mas demasiado morno e monótono.
A nível de saúde, um ano com altos e baixos como têm sido os últimos 3 anos de ma vie.
A nível cultural, um ano caseiro, com poucas saídas nocturnas, alguns passeios, mas nada de vacances. Concertos e muita música com a descoberta de várias vozes e grupos que voaram directamente para o meu very best.
Começou a época de saldos. Nos sites online também. Ver as coisas ao vivo é uma coisa, manda-las vir sem experimentar é outra, mas poupa-se na deslocação. Será que vou fazer alguma comprita?
Depois da Gula, a Preguiça é o meu pecado capital favorito. Se comer é o
melhor da vida, dormir vem logo a seguir e quando não se tem nada para fazer,
levantar ao meio dia em dias de Inverno é um luxo a que poucos se podem dar. Sei
que a geada já cobre os campos às 7 da manhã, sei que os vidros dos carros já
congelam, sei que já se sai de casa de cachecol e luvas, mas este ano
ainda não presenciei nada disso.
Um sofá espaçoso, uma lareira acesa, uma sala quente, que mais
aconchego se pode querer, a preguiça vive aqui por estes dias.
A noite de Natal foi em casa dos meus pais, poucas pessoas como de
costume, por opção, mas confesso que até prefiro assim. Quanto ao dia 25 estava
decidido ser aqui em casa. Deitei-me as 5 da manhã e às 9h30 (muito a custo) já
estava na cozinha de volta do peru. Fiz alguns acompanhamentos e a minha mãe também
trouxe coisas, como sempre. Consegui concretizar o meu desejo, tive um peru
inteiro na mesa e correu bem, tudo servido em loiça Bordalo Pinheiro pois claro,
só não ponho fotos porque não ficaram famosas. Quanto aos pontos altos do
almoço, destaque para o recheio de carne, broa e maça, e o assado de batata
doce e cenoura. No que toca aos doces, a aletria que fiz estava divinal. Continuo
achar que tenho uma mesa pequena e uma sala também pequena, quando o salão
estiver pronto é que vai ser… lá para 2020 quando houver dinheiro.
Quanto as prendinhas, notou-se uma certa contenção, com a percentagem
de chocolates a subir consideravelmente. Se foi assim cá por casa, imagino por
esse país fora, não sei não mas algo me diz que Natal vai começar a rimar com
chocolate, a chatice é que eu não sou fã.
Como comecei a
trabalhar em princípios de Novembro e a folha já estava fechada, não recebi
nesse mês, tive que esperar até hoje para finalmente ver a cor do ordenado. Por
6 horas não é muito, mas depois de chegar á falência absoluta e andar a contar
os dias, sabe muitíssimo bem. A segurança social é que se está a esticar há
quase dois meses…
Entretanto o Inverno
chegou, o frio polar apareceu e a casa está gelada, o calor da lareira aconchega
as noites e os gatos dormem no sofá. Em tempo recorde já comprei alguns presentes e comecei a
pensar nas receitas que vou experimentar. Este ano o almoço do dia 25 vai ser aqui
em casa e vou ser eu a fazer o prato principal. Optei pelo tradicional peru.
Juro que nunca tive um peru assado inteiro em cima da mesa… vou fazer os possíveis
para que seja este Natal.
Para a preparação
inspirei-me no Nigella’s Christmas Kitchen, quase com o mesmo exagero de condimentos: Água, Laranja +
sumo, Limão + sumo, Cebola, Sal, Açúcar, Pimenta, Canela, Cravinho, Louro e Salsa. Para o tempero e o molho, a inspiração será no Natal do Gordon Ramsay.
Em outras ocasiões
diria á boca cheia: FÉRIAS, mas este ano até soa mal, papas e descanso tive eu estes
meses todos e os dias que se aproximam deviam ser de muito trabalho porque uma
coisa chamada Exames aproxima-se e eu tenho andado a baldar-me a valer.
Para finalmente entrar na época, hoje bem que
queria fazer uma coisa que não faço há semanas: usar o cartão multibanco, mas o
saldo teima em não aumentar e não me posso desforrar nas lojas e no supermercado.
Mais dias de espera me aguardam e o tempo para comprar alguns presentes começa
a encurtar.
Este ano o espírito
do Natal está mesmo contra mim! Já nem as músicas têm o mesmo sabor.
Tenho
falado tão pouco no Natal, mas o facto é que até agora não o estou a viver do
mesmo modo. Em anos anteriores, logo no dia 1 estava a fazer a árvore e a
decorar a casa, este ano só o fiz 11 dias depois e se antes já tinha presentes
comprados, este ano, nem um. Não é por falta de tempo, até porque ultimamente
tenho de sobra, mas este clima de crise económica está a afectar directamente o
meu mood natalício… e a minha carteira.
Quanto às
decorações, nos últimos anos tenho economizado porque faço sempre alguma coisa,
normalmente em papel. Este ano como já tinham passado algumas semanas e não tinha
feito nada pensei em usar as decorações dos anos anteriores, mas acabei por mexer
em papéis dourados, prateados e brancos e desta vez saíram uns origamis para
castiçais, uns anjos e um espanta espíritos para a porta.
Quanto aos
presentes, não sei como vai ser, fiz há pouco a lista e são 17 pessoas… já pensei
correr tudo a bolinhos!
Não fui ao
concerto da Rihanna, tal como há um ano atrás não fui ao da Lady Gaga. Imperdoável
eu sei, mas tanto num como no outro, questões económicas levaram-me a perder o imperdível.
Os tempos áureos quando me podia dar a certos luxos parecem agora longínquos e
desconfio que não voltam mais!
Gosto de
Rihanna desde o primeiro SOS e nem o facto de a achar uma copiona de primeira
me fizeram renega-la, porque cada música nova é um hit, porque sabe o que é o
universo pop como ninguém, porque é camaleonica e tem noção do que é ser
sensual, mesmo quando roça a ordinarice.
Tentei
ganhar bilhetes para o concerto num passatempo da Nivea, mas desta vez não tive
sorte. Tinha que se escrever uma frase juntando duas palavras chave, parece que
“Com Rihanna encontrámos o amor e com Nivea uma paixão para a vida”, não foi
suficientemente bom!
Encontrei num
site brasileiro esta pequena história que reúne 17
títulos de músicas de Rihanna, no mínimo original:
Eu gritaria “LOUD” para o mundo inteiro “WHAT’S
MY NAME” e que ela é a “ONLY GIRL IN THE WORLD” pra mim. Bancaria o “ROCKSTAR”
“HARD” até que minha “DISTURBIA” por ela me levasse para uma “MAD HOUSE”.
Pediria “SOS” e fugiria com o meu “UMBRELLA”, pegaria um taxi e como um “RUDE
BOY” falaria: “SHUT UP AND DRIVE”, em direção a uma pista de dança onde pediria
ao Dj: “PLEASE DON’T STOP THE MUSIC”, enfim desejaria “CHEERS” a todos e
descansaria em minha “CALIFORNIA KING BED”. E se eu não ganhar essa promoção
vou colocar uma “FIRE BOMB” no pescoço até me tornar um “MAN DOWN”. Rihanna:
“TE AMO”.
Quanto ao
concerto, as críticas parecem ser boas e nem referencia a que cante mal ao vivo
(o meu maior receio). Resta-me o vídeo de “We Found Love”, que tem a proeza
de resgatar a estética dos anos 90 de uma forma brilhante.
O vídeo
mais sensual de todos os tempos é dos Enigma. A teatralização barroca, as
roupas e a bela protagonista revelam princípios de luxúria num vídeo censurado. Corria o ano de 1991 e eu era um pré-adolescente...
Quando em
1990 surgiu o álbum MCMXC a.D. dos Enigma, um projecto musical que misturava cantos
gregorianos com lascivas vozes femininas, música clássica com beat urbano, rock
com ópera, tudo num ambiente tridimensional muito dançável e carregado de sensualidade,
a minha mente musical nunca mais foi a mesma. O som dos Enigma era algo novo
para a época, nunca ninguém se tinha arriscado nesta invulgar combinação de sons, que
faziam lembrar outras paragens, outros mundos, outros séculos. Foi paixão
imediata que se tornou num fetiche auditivo e num poço de inspiração, muito
dancei e criei ao som desta música ambiente.
Ao fim de 5
álbuns, 2 Greatest Hits e 1 Remixes, achei que o filão se tinha esgotado e
estavam a tornar-se repetitivos, daí que desde 2003 que os tinha arremessado
para o álbum das felizes recordações.
Mas nada acontece
por acaso… Há sempre um motivo impulsionador e uma ligação entre os assuntos
que escrevo. Uma escolha entre opção é uma incógnita, uma incógnita é um enigma. Ontem
ouvi uma música antiga dos Enigma e há pouco resolvi investigar e encontrei uma
música deste ano, bem como dois álbuns que desconhecia.
Cada vez
penso mais no que fazer perante este desemprego anunciado. Lá para Agosto tenho
que ter uma carta na manga senão nem o subsídio me salva.
1 - Negócio
Já coloquei esta hipótese inúmeras vezes e várias ideias surgiram, mas todas com muitos
contras. Presentemente penso que abrir um negócio não é boa ideia, o país está
numa má conjuntura económica, as pessoas não têm dinheiro e as lojas,
restaurantes e fábricas estão a fechar. Curiosamente as notícias dizem que os negócios
de marcas são os únicos que se mantêm. Será que em vez de pensar em pequeno
para o caso da coisa correr mal e a divida não ser muita, deva pensar logo em grande
porque para o luxo há sempre poder de compra?
2 – Estudar
Quando
iniciei o Mestrado, foi com ideia de poder fazer outra coisa a nível profissional,
mas depressa percebi que não tenho bases nas artes gráficas nem no design para
poder fazer disso uma carreira. Seguiu-se um plano B, que é ficar com mais habilitações
para posteriormente poder leccionar outros níveis de ensino. Não sei se o meu
plano é findável… O curso não está a ser canja e a desmotivação também é alguma, mas continuo no barco.
3 – Subsídios
Viver alguns
anos de subsídio de desemprego é chão que já deu uvas, mas até aí estão a cortar. Conseguir
algumas horas e ir aliando com subsídio de desemprego parcial parece-me uma
opção razoável, só não sei se tem prazo de duração.
4 – Blog
Há tempos encontrei um blog que começou
a publicar vídeos sobre Bloggers de Portugal e a dada altura fazia a seguinte
pergunta "Até onde é que gostavas que o teu blog te
levasse?". Fez-me confusão… Parece que quem cria blogs tem que ter
alguma segunda intenção, e se calhar tem mesmo… Ser conhecido? Convidado para
escrever numa revista? Aparecer em eventos? Dar a cara por uma marca?
Whatever... É um bocado decepcionante perceber que não se cria pelo simples
prazer de criar. Perguntar-me-ia se quero chegar algum lugar com o meu blog! A
princípio não, publico apenas aquilo que eu gosto, aquilo que me acontece, o
que vivo, o que oiço, o que vejo, como um diário, mesmo que não seja
interessante para os outros, nem aquilo que os demais gostam de ler, não
desperto invejas, não estou no centro dos acontecimentos, nem onde a moda
acontece, simplesmente sou eu, diariamente, com alguma coisa para dizer.
Parece estranho, mas há quem diga
que consegue ter ganhos superiores ao ordenado mínimo com o seu simples Blog. Escrevem
sobre o que gostam, normalmente Moda ou Culinária, são descobertos por uma
editora e convidados a publicar um livro, outros escolhidos por marcas para
publicitar produtos, daí até à fama e ao proveito é um passo.
Não quero ser desmancha prazeres,
mas acho que é como todas as modas, além disso, se o governo descobre que por ali há galinhas dos ovos
de ouro, a festa acaba em três tempos.
Não sei qual vai ser a opção mas alguma terá que ser. Decerto voltarei a este tema em breve. Se entretanto alguém quiser apresentar uma sugestão sinta-se à vontade.
O meu futuro profissional começa a
preocupar-me. Depois de este ano não ter sido colocado, graças à eliminação da
disciplina Área de Projecto, e ter andado á procura de ofertas de escola,
chegou a certeza que para o ano vai ser pior, muito pior. Das ameaças passaram
aos actos… com a desculpa da crise, dos gastos com a educação e o rebéubéu
pardais ao ninho, o governo mantém a cisma com a EVT e com o facto de serem
dois professores a dar a disciplina, conclusão, toca a cortar. Só que numa
disciplina fundamentalmente prática um só professor responsável é algo
impraticável, daí a alternativa ser agora dividi-la em duas como acontece no
3º ciclo. Fica só um professor responsável por cada disciplina, mas o número de
horas semanais mantém-se, isto vai traduzir-se na redução para metade do número de
docentes, ficando desde já descartados todos os contratados.
Não se percebe como é que neste país
se mexe tanto com a educação e é curioso ver que o verbo mais utilizado não é
educar mas sim cortar. Ora analise-se a cronologia da disciplina e ouçam-se as palavras da criatura.
10/03/2011
Ainda sou do tempo que tinha 2
disciplinas, Educação Visual e Trabalhos Manuais no total eram umas 8 horas e
havia 3 professores. Depois de 1991 uniram-se as duas, reduziram-se horas
e ficou de fora um professor. Assim permaneceu até 2001, quando se passou a ter
aulas de 45 minutos em vez dos anteriores 50. Para o ano será o descalabro
total.
Desde que o burburinho surgiu, há
uns dois anos, que tenho pensado no que fazer perante a possibilidade de chegar
o dia que serei considerado um excedente e não haver lugar para mim no ensino… nos
próximos 20 anos.
Gosto de filmes
que se passam no futuro, gosto da forma como o projectam, porque cada
argumento, mesmo que a realização ou os actores não valham um chavo, pode
encerrar um conceito particularmente interessante.
Como
imaginamos o mundo daqui a 20 anos ou daqui a 100? Por mais que os filmes nos
mostrem um mundo altamente tecnológico, seres extraterrestres a invadir a terra,
humanos a viajar pelo espaço, a verdade é que o mundo nunca evoluiu como os
filmes o mostram. Lembram-se da série de ficção científica dos anos 70, Espaço 1999? Sempre achei curioso chegarmos a 1999 e o mundo continuar tal como o
conhecemos, sem naves espaciais, sem maillots colados ao corpo, sem
teletransporte... Mas há que reconhecer que em 2000 anos de história muita
coisa mudou, o homem inventou a roda, começou a viajar de avião, descobriu a
energia nuclear (para nosso mal), foi á lua e tentou ir a Marte, manipulou a ciência,
a sociedade, a economia e continuou a aperfeiçoar a tecnologia, mas
até ver nunca conseguiu transportar para a realidade, a imaginação que um filme
comporta. Terão que se passar mais 1000 anos para que tal aconteça?
Este In Time,
tem como conceito o tempo de vida do ser humano. No futuro, a genética não permite
que as pessoas envelheçam depois dos 25 anos, mas só podem viver mais um ano
após isso. Excepto se comprarem mais tempo. O tempo agora é dinheiro. Ganha-se
e gasta-se. Os ricos podem viver eternamente, o resto das pessoas não.
Um enredo que
à primeira parece substancial e digno de filme de culto, no entanto os ingredientes não são bem
cozinhados e a história às tantas perde
a originalidade para se tornar numa cópia de Bonnie & Clyde dos tempos
futuros. Vale sim pela premissa e pelas várias carinhas larocas de Hollywood que
dão ar da sua graça nem que seja por poucos minutos: Olivia Wilde, Matt Bomer, Amanda Seyfried, Alex Pettyfer, Rachel Roberts, Cillian Murphy. Só ainda não consegui engolir o Justin Timberlake como actor, mas isso
é outra história.