As últimas feiras do mês, nas
quais punhamos algumas expectativas no que toca a boas vendas, saíram goradas.
As pessoas apareciam, viam, mexiam, mas não compravam... anda tudo com medo, os
políticos falam e depois o povo retrai-se nas compras, não me digam que vai ser
assim até ao final do ano!? Pior será quando chegar 2013, aí é que as leis são
aplicadas e as pessoas verdadeiramente lixadas! Enquanto isso nos telejornais
abundam reportagens sobre feiras e mercados, mostrando o regresso das pessoas
como compradores mas principalmente como vendedores. Hoje toda a cidade, praça
ou jardim tem que ter uma feira biológica, uma de velharias e um mercado
urbano, por vezes até mais que um, uma maneira audaz de juntar pessoas que querem
vender coisas, num salve-se quem poder que surge da vontade e da necessidade de
se fazer alguma coisa para ajudar a pagar as contas... mas quando a coisa
aperta, acho que nem os mercados escapam à crise!!!
No entanto há sempre
alternativas e nós também as temos experimentado, assim, paralelamente às
feiras, a internet tem servido para divulgarmos produtos e fazermos vendas, mas
até aqui se notou um aumento considerável de perfis criativos com fins
comerciais. De repente toda a gente com alguma habilidade criou um pequeno negócio
e pô-lo a render no facebook, tudo se cria e tudo serve para vender: mantas e
malas costuradas à maquina, colares e anéis em diversos materiais, bonecos engraçados
em tecido, bolos e biscoitos biológicos, organização de festas temáticas,
prestação de serviços vários, etc etc etc. Tudo é valido e algumas ideias
revelam-se verdadeiros sucessos comerciais com a ajuda da divulgação em blogs
de grande visibilidade e do destaque nos meios de comunição.
Mas parece que agora chegou a
vez das lojas se multiplicarem, com o aproximar do Inverno, do tempo rigoroso e
do Natal, mais a necessidade de fazer algo para além dos mercados e feiras de
fim de semana, muita agente resolveu abrir um estabelecimento para tentar a sua
sorte. Só em Tomar, depois da nossa, preparam-se para abrir quatro lojas, fora
as que desconheço, e antes de nós outras tantas abriram portas. Eu sei que não
está famoso para abrir lojas, basta ver o telejornal para saber que todos os
dias empresas fecham, que há cada vez mais desempregados, que os salários já não
dão para tudo, que as medidas de austeridade aplicadas aos trabalhadores e aos
reformados agora também vão chegar aos desempregados... ou seja, é o fim para
quem trabalha, para quem não trabalha e também para aqueles que dependem do
poder de compra dos outros. Se fosse há um par de anos atrás ter uma loja dava dinheiro
e no ramo das antiguidades ganhavam-se fortunas, tempos áureos que não voltam
tão depressa. Agora só resta perguntar o que vai acontecer a este povo quando
realmente as medidas começarem a fazer-se sentir?
Eu acho que isto vai ficar
muito mau, vai tornar-se caótico, vai bater no fundo, pessoas vão continuar a abandonar
o país, outras vão lutar com ferro e fogo, o país vai ficar ingovernável até um
salvador da pátria ser encontrado... acho que só assim isto se vai recompor, para depois voltar tudo ao
principio.
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