Após 6 meses de feiras, que se
realizam apenas aos fins de semana, comecei a ponderar o que fazer durante os
outros dias, pois a chegada do Inverno só irá prejudicar o negócio. Por norma as
feiras são ao ar livre e com a chuva o mais certo é serem canceladas, por outro
lado, para além de agora anoitecer mais cedo, as pessoas com o mau tempo têm renitência
em sair de casa, logo as vendas diminuem. Pensei seriamente em ir vender louças
a garnel para os mercados semanais, mas antes disso teria que finalmente experimentar
abrir uma loja.
Há uns tempos atrás andei com
a cisma que queria abrir uma, penso até que toda a gente que me conhece ouviu
falar nisso! Primeiro era um bar, depois um restaurante, lembrei-me de uma loja
de doces regionais, um quiosque de lanches rápidos, uma loja dos 300 e depois
uma de artigos a 1 euro, até que desisti dessas ideias todas, porque lojas a
fechar são o prato do dia. Mas neste momento tinha que arriscar, porque ficar as
semanas sem fazer nada ou esperar que se venda alguma coisa pela net, não é
solução nem da dinheiro.
O ramo estava mais que decidido,
seria uma continuação do que vendemos nas feiras mas com melhor qualidade e bom
gosto. O passo seguinte foi encontrar um espaço com uma renda acessível. Quando
soube que uma loja que gostava tinha fechado fui logo procurar informações, mas
na impossibilidade dessa, acabamos por ficar com outra, mais pequena e com renda
um pouco mais cara, mas com uma localização muito melhor, bem no centro da zona
histórica da cidade de Tomar.
Para começar estabelecemos uma
meta: a abrir em Outubro e a passar o Natal, ficamos com cerca de 3 meses para
perceber se vale a pena ou não o investimento. Quer dizer, o investimento foi
bastante reduzido, tirando alguns documentos e licenças, mais as duas rendas, encher
a loja foi a melhor parte e a mais fácil, porque muitas das coisas são as que
levamos para as feiras, algumas eram minhas e dos meus pais, outras foram
recentemente herdadas por N., fizemos compras em feiras onde se encontram preciosidades
ao desbarato e para além disso, fomos várias vezes abastecer-nos à “gruta do Alibábá”.
Conseguimos tratar de tudo em
3 semanas, juro que pensei que fosse mais demorado, quer dizer, por mim seria, pois
dou muita importância aos pormenores, mas N. tem experiência em comércio e logo me
avisou que deviamos abrir o mais rápido possível porque o mês já tinha começado.
Foi uma semana para pinturas, outra para papeladas e compras e a última para
arrumar e afinar detalhes. Ficou mesmo a faltar a identificação no exterior
e a publicidade, mas no facebook já está tudo operacional há muito tempo.
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