quarta-feira, 3 de outubro de 2012

All Star



O revivalismo de épocas passadas, por norma, tráz à memória as coisas boas e a distância de 20 anos faz tudo parecer muito melhor do que era. Hoje toda agente adora os 80’s sem os ter vivido efetivamente, as músicas animadas e as roupas excêntricas transmitem good vibes e despertam sentimentos nostálgicos de tempos sem preocupações nem pressões e onde tudo parecia ser mais fácil e simples. Posteriormente, os anos 90 foram um pouco mais sóbrios, mas ainda assim ficaram registadas boas recordações, afinal muitos de nós eramos adolescentes e são essas as lembrança dos melhores anos das nossas vidas.
A esta distância não me recordo se havia dramas políticos ou económicos, nem a personalidade estava formada e virada para esses temas. A moda, a música, a vida social, a escola e os romances ocupavam a mente a 100% de qualquer adolescente e eu não fui diferente. Ainda hoje ouço as mesmas músicas que ouvia nessa altura, ainda me lembro do que se vestia e até conservo algumas peças (estas e estas), recordo-me dos tempos de ciclo e de secundário, de colegas mais velhos que se destacavam pela forma como se vestiam, lembro-me das tribos que se formaram e que se expressavam pelo visual como imagem de marca, lembro-me das modas urbanas que a cada estação eram seguidas em massa principalmente nas escolas, o que ainda hoje acontece mas a uma velocidade muito maior. Lembro-me dos casacos Duffy, das parkas acolchoadas (quilted coat) e das enceradas, de se usar e abusar dos casacos de ganga, do boom das tshirts às riscas, do regresso das calças à boca de sino, das sapatilhas Adidas Stan Smith, das botas dr. Martens e por ai fora. Neste rol de recordações também há lugar para uma coisa que não gostei e que ainda hoje me faz lançar olhares reprovadores: as sapatilhas All Star rotas e usadas até se desfazerem. Surgiram no movimento grunge, juntamente com as camisas de flanela e os cabelos compridos e pouco lavados, simbolizavam a simplicidade e a pouca importância com a imagem, em oposição a outras tribos urbanas como os betos, que usavam marcas caras e se aprumavam na aparência. Percebo o contexto e o contributo para o mundo, são como um ícone de uma geração rebelde à procura da sua identidade, mas estéticamente não gosto e para mim foi mesmo o pior da moda dos anos 90.

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E o que dizer destas All Star que comprei no Freeport há cerca de 4 anos? Até eu estou em choque! Outros tempos, outros ambientes, outros estilos de vida... como não eram caras trouxe apenas porque lhes achei graça, conclusão, acabei por usar apenas uma vez. 



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