Agora mais do que nunca as manifestações
são praticamente diárias, o descontentamento com o governo generalizou-se e
atinge quase todos os setores económicos do país, a mão pesada da austeridade já
chegou à imprensa, no entanto continua tudo tranquilo na igreja, no
futebol e pois claro na própria política, onde nunca se corta nada.
Podia dizer que me fascina a
revolta das populações, como é o caso das reações ferozes dos Gregos e dos
Espanhóis, podia expressar-me a favor da violência como um ato que
pode não resolver muito, mas ajuda a demonstrar o descontentamento geral, podia
falar das nossas manifestações que deixaram de ser pacíficas porque estamos a
chegar ao limite do tolerável, podia excomungar a força policial que nunca está
do lado dos cidadãos, mas já falei demais sobre tudo isso...
Venho então constatar simples factos
que me parecem pertinentes: porque é que todas as manifestações rumam à
Assembleia da Republica? Porque é que os manifestantes anseiam por subir os
degraus e entrar lá dentro? Porque é que os policias guardam aquilo como se
fosse o Castelo do Rei? Será que esta gente pensa que o Passos Coelho está lá
dentro debaixo de uma mesa a roer as unhas com medo de ser tomado pelo povo em
fúria? Será que depois de derrubarem as barreiras e passarem pelos homens
armados, alguém vai entrar e sentar-se na cadeira do presidente da Assembleia e
começar a mandar no país? E como é que se decidia quem iria ter esse direito?
Enfim, enfim... se é para fazer as coisas façam-nas como deve ser: protestem à
porta da casa deles, intersectem-lhes os carros, invadam o ministério das
finanças, boicotem a distribuição do combustível como fizeram há 5 anos atrás,
há tantas coisas que se podem fazer e com melhores resultados...
Nenhum comentário:
Postar um comentário