Admito que já estive algumas
vezes na pele do anónimo que deixa comentários nos blogs alheios e admito que
não fui nada meigo. Umas vezes foi para meter nojo, outras para abrir olhos,
mas sempre porque não concordava com o que acabara de ler. Porque não deixei a
identidade!? Há que assumir as nossas palavras e opiniões certo, pois, mas poucos
ou nenhuns o fazem, é um escudo contra represálias e um modo de evitar o bate
boca, mas quando acho que tenho razão não tenho problemas em expressar a minha discordância
sem anonimatos.
Quando circulava por outros
blogs e lia comentários de anónimos pouco simpáticos, questionava quando
chegaria a minha vez e qual seria a minha reação. Primeiro que tudo acho que um
blogger não tem que ser sempre politicamente correto, não tem que amaciar as palavras
e os gostos para ter todos os seguidores e leitores a apoia-lo como um rebanho.
Acredito que haja por aí muitos bloggers que são personagens inventadas e escrevem
pura fantasia para conquistar admiradores, mas acho que a maioria são mesmo pessoas
reais que escrevem sem máscaras e se expõem à consequência de receber boas ou
más críticas. Quando se toca em temas polêmicos então é inevitável despertar amores e ódios. Uma moda que surgiu no meio artístico no princípio do século, intensificando-se
nos anos 80 e 90 e que ainda hoje perdura. Pois eu por vezes sou polémico,
muitas vezes sou do contra e tenho a mania que tenho razão, mas não me importa
ser criticado pelo que escrevo, só não esperem que fique calado.
Um ano e tal de blog... posso
ainda não ter muitos seguidores nem comentários todos os dias, mas sei que do
outro lado há alguém que me lê. Se concordam ou não com as minhas palavras e teorias,
por vezes acutilantes ou descabidas, poucos se manifestaram, mas parece que
chegou o primeiro momento de levar com uma critica a valer. Mal ao bem, que comentem,
pelo menos assim tenho feedback e posso sempre defender os meus pontos de
vista.
Antes de mais volto a
lembrar que este blog se chama crónicas da vida, porque é onde escrevo, quase
diariamente, sobre tudo: o que vivo, o que gosto, o que ouço, o que vejo e o
que penso! Num ano, foram 250 posts sobre os mais diversos assuntos: música
porque não vivo sem ela, filmes que exercitam o meu imaginário, style e pessoas
que me servem de inspiração, esta casa que é o meu bem mais precioso, mas
também a minha maior dor de cabeça e sobre temas da atualidade, muitas vezes
com um piscar de olhos ao passado, que tanto inspira o mundo atual.
Posto isto, tenho a dizer
que recebi um comentário extenso, inspirado e construtivo, relativo ao post que
escrevi sobre os Festivais de Verão. Pensei, li e reli e em vez de ignorar
resolvi dar resposta pública, porque não gostei de algumas elações que foram
feitas, particularmente de ter sido rotulado de não perceber muito de música! Eu
sei que o anónimo não queria, mas senti-me ofendido!!! Quem afirma uma coisa
destas só pode ter tirado premeditações básicas e nem se deu ao trabalho de ir
ao marcador da Música ler tudo o que por lá tenho escrito sobre o assunto... é
que era capaz de demorar um bommmm bocado. Ok, de uma coisa o anónimo me pode
acusar, mas só uma, de desatualização, de não estar familiarizado com a cena
musical do momento, apenas isso, agora de não perceber de música, que os festivais
são para quem gosta verdadeiramente de música e a ouve diariamente, tenha dó!?!?
Eu não disse que não
entendia o porquê das pessoas irem aos festivais se divertirem, em nenhuma
parte disse tal coisa. Disse sim que não era a minha "onda”, que não gostava do
ambiente e que não era uma coisa de agora, aliás quando surgiram os primeiros
festivais em Portugal eu tinha idade e liberdade para ir, só que não era a minha
“cena”. Quando disse que só gostava de um ou dois artistas convidados, não
quer dizer que tenha um gosto limitado, se calhar tenho gostos
tão abrangentes quanto o anónimo, quica grupos que nem conhece, daqueles que
valem o peso em ouro e que não se pagam barato para vir tocar a festivais de
rua! Quando digo que estou
velho é precisamente por admitir que não conheço esses grupos novos que inundam os festivais, mas sabe, para falar a verdade nem me dou ao trabalho de os querer conhecer. Aliás, tem noção de quantas bandas surgem
todos os dias no mundo? Haverá tempo para conhecê-las todas!?
Quanto aos preconceitos, sim
tenho muitos e feios, mas nem vou pegar por aí, porque isso daria tema para
outro post e este foca-se na minha resposta à acusação de não perceber muito de
música, o que me ofendeu muito muito muito! Mas apreciei a última frase do
anónimo: “Enfim, não leves a vida tão a
sério e continua a escrever :)”... Obrigado, não precisava tê-lo dito é o
que eu faço.
Lembrei-me de The Last Days of Disco
quando vi uma foto num blog e decidi rever o filme. Não o vi em 98 quando saiu,
vi-o algum tempo depois, mas basta ter visto um filme há mais de 10 anos para se fazer agora outra leitura dele. A distância de uma década ou mais, tem-me
despertado a curiosidade para rever alguns filmes, como se um estudo
sociológico se tratasse que aprofunda a minha teoria que as crises de hoje já
foram vividas no passado, que as modas de hoje já foram usadas no passado, que
o vivido hoje é uma reinvenção do passado, apenas os tempos e as mentalidades
são menos ingénuas e inocentes.
Quanto ao filme, passa-se na mudança dos anos 70 para os 80, na transição
das modas, das musicas e das vivencias. As cenas repartem-se entre o clube
noturno da moda, que os jovens yuppies
frequentam para estar “in”, e a casa e o emprego dos personagens, onde
predominam as conversas e as opiniões nem sempre concordantes sobre todo o tipo
de assuntos. O filme constrói-se de músicas e de diálogos, o disco sound vai
desfilando em todas as cenas da discoteca como se fosse a despedida de um
género musical, enquanto as personagens vão amadurecendo e evoluindo
socialmente. A cena final é talvez a
mais interessante, quando os personagens constatam o fim do disco sound como o
fim de uma era. Um simbolismo ao seu próprio envelhecimento, à transição para
uma vida mais adulta, onde assentar num envolvimento sério significa deixar de sair
para discotecas e o consequente fim da vida noturna. Contudo outro personagem
profere um verdadeiro hino ao disco, dizendo que passará de moda, que se tornará
ridículo, mas que um dia regressará. E não é que tudo regressa!? Afinal a história é cíclica!
Gostei de ver que há 14 anos Jennifer Beals estava igual a hoje, ChloëSevigny já incorporava uma musa de estilo, Kate Beckinsale transformou-se numa
beleza fascinante e Matt Keeslar auspiciava um futuro promissor no entanto não
aproveitado.
Desde os primeiros episódios que digo que sei quem é o assassino de Mundão.
Em Remédio Santo, metade do elenco já foi dizimado e o mistério continua até
ao último episódio, que pelo rumo deve acontecer
lá para Setembro no capítulo 350!!! A minha aposta há muito tempo que vai para uma das irmãs, a Maria Coveira,
algo nela não bate certo (ou será má atriz?), mas se o autor quiser elevar a
intriga a níveis hitchcockianos, então digo que são as 3 irmãs, motivadas pelo
negócio de família!
Quando a novela terminar veremos se acertei ou não.
Durante a minha infância e adolescência, quando a internet ainda estava a
ser inventada, quando o telemóvel era apenas um sonho, quando se acordava cedo
para ver desenhos animados e quando se brincava na rua até ao anoitecer, a televisão
era a melhor amiga dos serões das crianças e dos adultos. Não havia família que
depois do jantar não se reunisse no sofá para assistir à telenovela da noite,
como que um ritual à hora marcada, um sistema que se incorporou na vida
Portuguesa durante décadas, com a primeira novela a passar no nosso país em 1977.
Para além dos desenhos animados e do TvRural, as novelas eram o que mais
gostava de ver na televisão, seguia episódio após episódio, adorava ver as cenas
do próximo capítulo, estava sempre atento às revistas para saber quais as novas
produções do Brasil e sabia os nomes de todos os atores.
A primeira novela que vi fielmente foi o Pantanal (1990), tinha 12 anos e
esperava por horas menos próprias para assistir a uma produção inovadora, uma
história mística com um quê de erotismo, com cenários naturais deslumbrantes, que
se tornou num êxito e não havia ninguém que não soubesse de que se tratava. Mas
a verdadeira febre aconteceu pouco depois com Vamp (1991), era de correr da
escola até casa para não perder pitada dessa história que conjugava fantasia, música
e comédia, foi o meu maior vicio televisivo. Lembro-me de mais umas quantas:
Ana Raio e Zé Trovão (1991), Fera Ferida (1994), A Próxima Vítima (1995), com destaque
para Força de um Desejo (1999), A Padroeira (2001) e Chocolate com Pimenta
(2003), estas eram de época, género que ainda hoje muito me agrada, principalmente
em cinema (a par com a ficção cientifica).
Depois outros interesses apareceram e não liguei mais a telenovelas. Do
Brasil foram surgindo produções mais urbanas e inventaram-se os remakes, já em
Portugal, a produção ganhou outra força ao ponto de por vezes transmitirem diariamente
quatro novelas nacionais. Vi com algum interesse Tempo de Viver (2006), pelos
diálogos acutilantes soberbamente escritos por Rui Vilhena e apanhei a meio
Deixa-me Amar (2007), uma adaptação de um original argentino, com cenas e
diálogos hilariantes. Mais recentemente, comecei a ver Remédio Santo (2012), cujos
ingredientes faziam lembrar as novelas brasileiras ambientadas em pequenas
vilas do interior, com personagens carismáticas e um mistério central como fio
condutor. Sim era boa, talvez a melhor novela nacional feita até agora, mas
quando algo corre bem e se tenta levar o produto até à exaustão (A tua cara não
me é estranha e os Idolos são disso exemplo), quando se começa a acrescentar episódios (que já passa dos 300),
quando as personagens já têm que encher chouriços na história (o par central junta-se
e separa-se dezenas de vezes e os vilões ressuscitam outras mil), então aí a minha
paciência chega ao limite.
Chega o Verão e é época de Festivais de Música, no campo ou na praia há para
todos os gostos e carteiras. Questionei-me se haveria menos adesão dada a
situação financeira do país, mas ao que parece os portugueses continuam a ter dinheiro
para a diversão, pode faltar pão na mesa, mas música é que não! Curiosamente o
público é cada vez mais jovem, vi há dias em reportagem e eram só putos, sim
putos daqueles de 12 anos que já saíem a noite, vão a concertos, bebem e fumam como
gente grande. É old fashion dizer isto, mas: no meu tempo não era nada assim! Aliás,
eu nunca fui a festivais desses nem sequer tinha curiosidade, não gosto de
campismo nem gente à molhada e para falar a sério normalmente só gostava de um
ou dois artistas. É com curiosidade que ainda olho para os cartazes, naquela de ver grandes
nomes e estou estupefato com Paredes de Coura:
13 agosto : B
Fachada, Salto, League, Brass Wires Orchestra e Quim Albergaria (DJ Set) 14 agosto : Friends, Stephen Malkmus and The Jicks, tUnE-yArDs,
Japandroids, Sun Araw, PAUS e DJ Nuno Lopes 15 agosto : Kavinsky, Totally Enormous Extinct Dinosaurs, Dry The River,
Team Me, Kitty Daisy & Lewis e Willis Earl Beal 16 agosto : Crystal Fighters, School of Seven Bells, Deer Tick, I Like
Trains e The Wave Pictures 17 agosto : Chromatics, God is an Astronaut, Memoryhouse, Best Youth e
Youthless
O calor extremo trouxe de volta os incêndios, trouxe também uma vaga
recordação desta cidade rodeada por chamas numa enfadada noite no final da década de 80. Tenho a impressão que nunca mais ocorreu algo semelhante por aqui, o que aconteceu hoje não teve tamanha manifestação, no entanto tive a mesma sensação de estar rodeado por algo sinistro. Ao longe avistava-se uma coluna de fumo que foi alastrando e depressa aqui chegou,
a cor do céu mudou para um laranja acinzentado, a atmosfera tornou-se pesada,
mas o ar ainda assim respirável. Na cidade o panorama era semelhante embora tudo
mais intensificado dada a proximidade do incêndio numa localidade nos arredores.
A polícia tinha cortado o transito numa estrada a norte e as pessoas paravam para tirar fotografias aos edifícios
com um céu em fogo como pano de fundo a proporcionar um cenário deslumbrante... belo/horrível digo
eu.
Na segunda feira decorreu à frente do Parlamento uma manifestação para exigir
a demissão do ministro dos Assuntos Parlamentares, o já mítico Miguel Relvas. Não
esteve um mundo, mas uma pequena multidão que deu corpo e
voz a muitos que apesar de não estarem presentes pensam da mesma maneira. É
assim que o assunto continua a ser o prato do dia dos portugueses e começa a
ser patético que os nossos caros dirigentes continuem a silenciar-se à espera que
tudo caia no esquecimento.
Volto a dizer, por essa Europa fora por muito menos já se tinham demitido,
aqui tem que reinar o exigirem aos outros aquilo que não fazem, o cinismo e a
pouca vergonha descarada.
Já tudo
se escreveu sobre Alberto João Jardim, por isso não vou ser mais um dos que
aplaudem ou vaiam... prefiro ser neutro. A Madeira e o que se passa lá é quase
um mundo à parte, por isso não tou nem aí, agora não estava à espera era desta
piada acerca das licenciaturas relâmpago. Muito bom. E está tudo dito.
Ao todo seriam 36 as
disciplinas a que Miguel Relvas teria de ser avaliado para receber a sua
licenciatura. Mas a Universidade Lusófona tomou a polémica decisão de atribuir
32 equivalências ao político, tendo por base a experiência profissional do
ministro.
O processo só esta semana
foi aberto a consulta pública, que apenas se pode realizar sob várias
restrições, nomeadamente o tempo limite de consulta – 30 minutos – e o
impedimento de tirar fotocópias ou fotografias aos documentos. Além do mais,
como noticia o jornal ‘Público’, o parecer sobre as equivalências de Relvas não
fundamenta devidamente a atribuição dos 160 créditos.
A reivindicação sobre a falta de clareza do processo que atribuiu a
licenciatura a Miguel Relvas chegou à Internet, onde surgiram várias
fotografias satíricas sobre a situação. Aqui ficam alguns exemplos:
Resolvi apresentar o seguinte
caso à SIC e à TVI porque me parece no mínimo curioso e penso que não devia
passar em branco:
Como é sabido a ic3 passou a ser chamada A13 com scut paga, mas a estrada só tem portagem até á primeira
saída para Tomar (Sul), pois a partir daí só tem uma via e para ser considerada
scut tem que ter duas vias em cada sentido.
Até aqui nada de especial,
o caso torna-se interessante quando desde março, começaram com obras para
alargar as vias, obras que não devem ficar nada baratas, pois incluem
alargamento de várias pontes e posse de terrenos privados. Isto só com o
intuito de tornar todo o troço pago até Alviobeira e depois até Coimbra
(construção da estrada a decorrer com uma rapidez nunca antes vista, para abrir
parte em novembro e na totalidade em 2013).
Não deixa de ser
criticável, dada a situação atual do país, estarem a gastar-se milhares de euros
a construir estradas, que serão portajadas, estradas essas que não vão valer o
seu custo, pois os habitantes locais (e não só) irão continuar a circular pela
N110.
Deixo algumas fotografias
tiradas com telemóvel (foi o melhor que consegui).
Já algum tempo que têm vindo à baila notícias sobre Miguel Relvas, ora as pressões sobre a jornalista do Público, ora a licenciatura facilitada na Lusónofa... e algo me diz que não vai ficar por aqui!!! Poderia tratar-se de uma cabala fabricada pelos
media e pela oposição para tentar afastar uma persona non grata e por aí
começar a desmoronar o governo, mas as evidências são muitas e as provas comprovadas. O curioso do assunto é se algo semelhante fosse protagonizado por um cidadão
comum daria no mínimo azo a prisão, se fosse arquitetada por algum governante
estrangeiro ditaria de imediato o seu afastamento do cargo, até por muito
menos, mas como estamos em Portugal e as criaturas políticas regem-se por sociedades
secretas e comparsas em negociatas pouco claras, o governo trata de fazer um “não
assunto” do caso.
Admito, tenho algo em comum com Miguel Relvas, somos da mesma cidade, mas isso é coisa
que não da orgulho nenhum, a ninguém.
Alguém me explica como é que este homem ainda tem a cara de pau de sair à rua!?
Se há pessoas que merecem o orgulho nacional são os nossos artista e
atores, aqueles que conseguiram vingar lá fora, mas também e principalmente,
aqueles que têm talento e mereciam ser reconhecidos nacional e
internacionalmente. Vanessa é daquelas cantoras únicas, possivelmente a melhor
voz de Portugal e tão subestimada tem sido. Recordo-me perfeitamente da sua
participação no Chuva de Estrelas a imitar Amanda Marshall com “Let ir Rain”,
depois fiz figas para que ganhasse a Academia de
Estrelas quando imitou soberbamente Gloria Estefan com “Reach”, para o
currículo ficaram 3 participações no Festival da Canção e foi cantora residente
em diversos programas de TV. Pelo caminho cantou em bares, participou em
musicais de Felipe La Féria, apareceu num vídeo de Anastácia, cantou com Bryan
Adams no Rock em Rio e prepara-se agora para o programa A tua cara não me é
Estranha:Duetos. Um currículo extenso e brilhante, mas faltam-lhe vitórias, nos
concursos que participou teve o melhor dos desempenhos mas nunca ganhou e não
se entende bem porque!
Vivemos num pais onde
raramente as mulheres ganham concursos e onde inexplicavelmente não se investe nos
talentos, como é que se explica que a Vanessa ainda não tenha um álbum próprio
editado, se tem conseguido fazer carreia, se tem garra para vingar e se não
conheço uma única pessoa que não lhe reconheça talento ou não saiba quem ela é!
A febre do
Euro passou e eu fui adiando o comentário que tinha a fazer sobre o assunto, mas
ao ler coisas destas torna-se inevitável repostar. Pois segundo certas pessoinhas eu não devo ser um
bom português, porque não gosto de futebol, porque não percebo como um povo
consegue esquecer os tempos difíceis quando 11 fulanos estão a correr atrás de
uma bola, porque me choca que esses mesmos fulanos gastem milhões em alojamento
e mordomias, porque se liga a televisão e estão a dar a seleção a entrar no
avião, a seleção a sair do avião, a seleção a almoçar, a seleção no balneário,
a seleção a dormir, a seleção a fazer o pino, a seleção a tirar macacos do
nariz, porque os canais de televisão insistem que o futebol é que alimenta o
país e porque os media fazem questão de reduzir Portugal a Ronaldo, como se ele
fosse o rei da pátria. OIII!!! Hello!!! Acordem!!! O Homem ganha milhões que
ganha, mas nem um tostão deixa no país!!! Bom, está visto, eu sou um mau
português por não gostar e nem entender tudo isto, mas olhem, sou um português
ainda pior quando adivinho... Eu disse que eles iam ficar pelo caminho não disse: http://cronicasdavida.blogspot.pt/2012/06/futebol.html
Depois temos outros atletas portugueses, que não gastam nem uma centésima
parte do que a seleção gastou no Euro, muitos até o fazem por amor à camisola e
investem do próprio bolso e só são falados quando trazem medalhas para casa!
Enquanto Portugal esteve no Euro alguém ouviu falar dos
Europeus de Atletismo, viram algum destaque nos telejornais? Pois... pior que a
mentalidade portuguesinha dos coitadinhos que estiveram quase a ganhar mas
nunca ganham, é a insanidade nacional pelo futebol, que monopoliza tudo, que
gasta rios de dinheiro e que se mantém intocável de cortes e austeridades. Assim
não vamos melhorar nunca!
Sara Moreira (Medalha de Bronze nos
5.000 metros), Ana Dulce Felix (Medalha de Ouro nos
10.000 metros) e Patrícia Mamona (Medalha de Prata no
Triplo Salto) nos Campeonatos da Europa de Atletismo em Helsínquia.
Na infância
era dado a colecionar coisas, primeiro foram latas e calendários e depois selos.
Numa determinada altura pensei colecionar tudo que tivesse relacionado com cogumelos
e galinhas, mas foi coisa que não teve grande desenvolvimento. Passou-me a ideia
de querer fazer coleções até que, quando vim para esta casa comecei a pensar em
usar conjuntos de objetos como parte integrante da decoração. Assim, chapéus de
vários estilos, globos terrestres, globos de vidro para candeeiros e mapas topográficos,
em vez de estarem escondidos podem ser vistos pela casa. As feiras tornaram-se
então nos locais ideais para encontrar e adquirir peças para se juntarem às que já
tenho.
O
meu pai é tipografo encadernador, agora reformado e com ele aprendi desde cedo todas
as etapas da construção de um livro. Cosi centenas de diários da república e
formei as respectivas capas, cortei com guilhotina e tenho umas leves noções de
impressão manual. Estes skills já me deram muito jeito em aulas e dão sempre
para desenrascar, foi o que aconteceu a uns quantos livros que estavam com as lombadas
deterioradas e tiveram que levar um pequeno restauro.
Têm-me passado pelas mãos vários livros do princípio do século XX, alguns
em mau estado, mas são achados e raridades que “sobreviveram” a mais de um século.
É delicioso observar a escrita da altura e pensar em quantos acordos
ortográficos já se procederam desde então, é uma experiência restrita estar na posse
de artefatos que refletem a história da tipografia, do livro e da fotografia. Para
um mestrando em design editorial suspeito que tenho aqui uns pequenos tesouros que
muitos entendidos iriam cobiçar, mas curiosamente não têm um valor comercial assim
tão elevado quanto se possa pensar.
Estou crente que foram livros adquiridos ou herdados com uma importância que
hoje em dia é banalizada, juntos conservaram-se para a posteridade e fizeram a história
de alguém. Agora separam-se aos poucos numa viagem incerta, mas quando alguém
diz que há muito procurava este ou aquele para a sua coleção, conforta-me saber
que irão fazer parte da história de outro alguém. Estes vão ficar comigo, estão bastante danificados, precisam de repouso para durarem mais outro século.
Não
sou uma pessoa materialista, não me apego a bens materiais facilmente. Apesar
de gostar de casas cheias de tudo, acho que uma certa simplicidade só traz vantagens,
mas há coisas que sou capaz de guardar anos a fio, mesmo que não tenham uso corrente
gosto de as manter, outras há que facilmente me consigo desprender. Isto das feiras
de antiguidades/velharias tem o lado prático de podermos desfazer-nos das
coisas superfulas que temos em casa e tem o lado atrativo de ir adquirindo outras
peças, móveis e livros para as vendas. Tem-nos passado pelas mãos diversas peças
arte nova, que é um estilo que me encanta desde sempre... penso em ficar com as
antiguidades e livrar-me das coisas mais modernas, em por num qualquer canto cá
de casa, em como ficariam bem no salão que ainda não foi feito, mas no final
tenho que deixa-las ir porque não se pode ficar com tudo, senão é a tal velha história...
Entre cadeiras, malas e livros, que muita água na boca fariam aos amantes do vintage,
aqui ficam algumas imagens.
A
Feira Franca de Abrantes contemplava a participação de produtores agrícolas,
mas também de qualquer pessoa com um pequeno negócio ligado à agricultura, à
confecção de produtos alimentares ou tradicionais. Um conceito livre de regras,
que nem sempre é possível encontrar, principalmente nos mercados biológicos que
é necessário certificado para poder participar. Sempre fui a feiras e mercados
como visitante, gosto de circular calmamente e observar com atenção de
comprador, mas agora estou do outro lado e é diferente. Consegui dar uma
volta rápida para ver os produtos que estavam a vender e não resisti em trazer algumas
raridades: um molho de ruibarbo que nunca tinha visto à venda e framboesas,
qualquer destes produtos apenas a 1 euro.
Com
as framboesas que estavam muito maduras, fiz imediatamente um bolo.