Lembrei-me de The Last Days of Disco
quando vi uma foto num blog e decidi rever o filme. Não o vi em 98 quando saiu,
vi-o algum tempo depois, mas basta ter visto um filme há mais de 10 anos para se fazer agora outra leitura dele. A distância de uma década ou mais, tem-me
despertado a curiosidade para rever alguns filmes, como se um estudo
sociológico se tratasse que aprofunda a minha teoria que as crises de hoje já
foram vividas no passado, que as modas de hoje já foram usadas no passado, que
o vivido hoje é uma reinvenção do passado, apenas os tempos e as mentalidades
são menos ingénuas e inocentes.
Quanto ao filme, passa-se na mudança dos anos 70 para os 80, na transição
das modas, das musicas e das vivencias. As cenas repartem-se entre o clube
noturno da moda, que os jovens yuppies
frequentam para estar “in”, e a casa e o emprego dos personagens, onde
predominam as conversas e as opiniões nem sempre concordantes sobre todo o tipo
de assuntos. O filme constrói-se de músicas e de diálogos, o disco sound vai
desfilando em todas as cenas da discoteca como se fosse a despedida de um
género musical, enquanto as personagens vão amadurecendo e evoluindo
socialmente. A cena final é talvez a
mais interessante, quando os personagens constatam o fim do disco sound como o
fim de uma era. Um simbolismo ao seu próprio envelhecimento, à transição para
uma vida mais adulta, onde assentar num envolvimento sério significa deixar de sair
para discotecas e o consequente fim da vida noturna. Contudo outro personagem
profere um verdadeiro hino ao disco, dizendo que passará de moda, que se tornará
ridículo, mas que um dia regressará. E não é que tudo regressa!? Afinal a história é cíclica!
Gostei de ver que há 14 anos Jennifer Beals estava igual a hoje, ChloëSevigny já incorporava uma musa de estilo, Kate Beckinsale transformou-se numa
beleza fascinante e Matt Keeslar auspiciava um futuro promissor no entanto não
aproveitado.
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