Muito se
tem falado em supermercados por estes dias, como uma promoção pode virar o assunto
do momento, como o acontecimento pode servir de publicidade gratuita, como se
pode transformar o maravilhoso numa catástrofe.
Primeiro
que tudo aqui me confesso mais uma vez, sou grande frequentador de
supermercados. Posso não gastar um chavo em roupas e afins, posso vestir as
mesmas coisas anos seguidos, posso não ligar muito a bens materiais, gadgets e últimos
gritos de moda, mas em duas coisas gasto o meu dinheiro: em coisas para a casa
e em comida.
Não tenho o
costume de fazer compras em grandes quantidades, as chamadas compras do mês,
daí por vezes ir ao supermercado quase todos os dias. Sim, quando se tem
animais as idas ao supermercado são mais que frequentes e cada vez que lá entro
nunca trago só o que falta, como é de prever. No final das contas do
mês, são mais de 200 euros gastos, digo só em supermercado, porque também há jantares fora, saídas, etc etc e tal.
Esta adoração
pelas compras alimentares começou desde que fui morar sozinho e logo depois quando
passei a partilhar casa. Há 6 anos atrás, com as condições económicas da
altura, comprava maioritariamente no Continente, pouco ligava as outras grandes
superfícies e podia dar-me ao luxo de fazer certas estravagâncias. Depois de
comprar casa e passar a ligar mais ao dinheiro, que é preciso para outras
coisas, passaram-se a fazer escolhas e a deixar de comprar determinadas coisas. Tornei-me cliente do Mini Preço e do Lidl, que têm
preços realmente mais baixos que no Continente.
Nos últimos
meses, com a crise generalizada e o aumento do IVA, passei a frequentar aquele
que para mim sempre foi o underdog
dos supermercados, o Intermarché, que é realmente mais barato. Digo mais, comprar na padaria do Intermarché
consegue ser dos sítios mais económicos do país, a titulo de exemplo, se em
qualquer café já se paga 0,90 cêntimos por um bolo, ali ainda são a 0,65.
Com a
criação da empresa, passou-se a poder comprar também em grandes armazéns como a Macro e o Recheio.
Fui uma primeira vez ao Recheio para experimentar e gastei logo 100 euros, naquilo que
precisava e não precisava. Havia o mito de que lá os preços eram mais em conta,
pude confirmar que em algumas coisas sim, mas em outras não.´, de qualquer modo será
certamente uma experiencia a repetir... com mais contenção.
No dia
anterior à promoção do Pingo Doce, recebi uma mensagem de aviso, se não o
tivessem feito acho que me teria passado completamente ao lado! Como estou um
pouco mais controlado e não precisava de ir ao supermercado (milagre!), não coloquei
sequer a hipótese, até porque o Pingo Doce mais próximo fica a 20km e nos
últimos dois dias não fiz outra coisa senão andar de carro. Quer dizer, se
houvesse um Pingo Doce aqui é claro que tinha ido!
Quando vi
nas notícias a confusão gerada no supermercado, não me surpreendeu de todo.
Estão a “dar” as coisas e não querem que haja balburdia? Pois nem aqui nem em
nenhum país civilizado! Não senti pena de não estar lá, senti sim alívio porque
detesto filas. Alguma vez eu era capaz de estar 3 horas para entrar num sitio e
mais 3 horas para pagar, jamais!!!
Como seria
de esperar agora é tema para sociólogos, jornalistas e políticos debaterem, tudo
será dito e depois esquecido. Para que conste, acho muito bem que se façam coisas
destas, embora o dia escolhido tenha sido o mais alarmante. Acho que a ansia de
coisas baratas leva as pessoas a terem reações daquelas, ainda mais em situação de crise nacional. O que me admirava mesmo era a
ASAE não ser chamada ao barulho e não ter encontrado uma treta qualquer para implicar e arrecadar algum para o
estado.
Eu sobrevivi... porque não fui.
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