Parece
que o cinema levou esta história escrita por F. Scott Fizgerald às telas
diversas vezes, mas eu confesso que não vi nenhuma delas, portanto, este Grande
Gatsby realizado por Baz Luhrmann foi visto sem margem para comparações.
Contudo, bastam os primeiros minutos para nos reportarmos a Moulin Rouge, como
o iniciar da história em narração e a utilização de texto na tela, mas depois é
o delírio, com o filme a ganhar outras proporções. A realização vertiginosa, a
montagem acelerada, a produção como um espetáculo de energia e cor, o guarda
roupa, a banda sonora, o overacting dos atores, afinal é este estilo histriónico
que tanto caracteriza o seu autor e é exatamente isso que se espera de um filme
de Baz Luhrmann.
Dizem as
criticas que as escolhas visuais de Baz mais servem para distrair do que para
impregnar força à trama, que a análise social da obra original se perde no meio
de tanto deslumbramento e excesso, mas uma verdade seja dita, são as imagens e o
estilo exagerado do realizador que se tornam perfeitos para retratar os
ambientes da época, os belos e dourados anos 20. Foi também nesta época que se foi
buscar inspiração para a banda sonora e mais uma vez temos uma sintonia
perfeita entre a música pop de artistas contemporâneos com a Belle Époque numa
sobreposição de épocas e estilos brilhante, que apenas peca por não aparecer no
filme como um musical, mas também não é disso que se trata.
Baz
Luhrmann merece créditos por dar a sua interpretação e imprimir o seu estilo a
um clássico, invés de simplesmente referenciar a obra. Para muitos pode ainda não
ser esta a versão perfeita do Grande Gatsby, mas o resultado final é tal como a
própria sociedade descrita no clássico de Fitzgerald: deslumbrante, visualmente
rica, mas com pouco que a sustente.
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