Quando era adolescente, frequentava um
curso de artes e queria ser estilista. A Moda Lisboa era o acontecimento máximo
de apresentação da moda que se fazia em Portugal e os desfiles, os criadores, os manequins, a
moda em si, eram um mundo que me fascinava e ao qual queria pertencer. Recordo
as primeiras edições, principalmente dos anos 90, que ainda tenho gravadas
algures em VHS, nos primórdios um acontecimento que se centrava nos criadores e mais tarde em quem desfilava com o boom das supermodelos. Mas tudo muda e tudo evolui, mais ainda no mundo
da moda onde tudo é tão volátil e o que era valorizado antes, hoje está out para daqui a anos estar in novamente.
Alguns anos para cá noto que se tornou
num acontecimento com mais show fora do que dentro da passarela. Todos querem aparecer, as celebridades buscam
protagonismo e os novos comentadores surgem como se imprescindíveis
e especialistas na matéria fossem, todo o circo antes dos desfiles tornou-se tão absorventes que tudo o resto passou a secundário. Aliás, faço a minha aposta que num evento onde a moda
portuguesa devia estar em destaque, os presentes vestem 90% marcas
estrangeiras. É ridículo.
Hoje em dia já não ligo muito a
modas, quase nada para ser mais preciso. Tenho os meus criadores favoritos,
gabo-lhes a genialidade, continuo a par do que se faz no mundo, mas visto-me como quero, sem tendências, sem grandes compras, sem ambições de ser conhecido nem ganhar a vida com a moda. Mas não digo que desta água nao beberei, no futuro quem sabe possa explorar uma carreira de editor numa revista. Se antes ambicionava ver ao vivo uma Moda Lisboa, acho que hoje em dia não tanto, mas não diria não a um convite, afinal quem não gosta de assistir a uma feira de vaidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário