Nos últimos dias criei uma mania por Martha Stewart e o seu mundo. Alguém vai dizer que a moda por esta senhora já passou há uns anos quando muito se falava dela e os seus programas passavam na televisão. Mas nessa altura eu não tinha tv cabo nem a minha cabeça andava tão virada para o campo, a agricultura e a culinária. Depois de Nigella Lawson, Mafalda Pinto Leite, Sophie Dahl, Lorraine Pascale (a next best thing de Inglaterra), tenho-me interessado pela vida e obra de Martha e a construção do seu império, que vai muito além da culinária. Martha Stewart retrata um estilo de vida que pode parecer agora um bocadinho antiquado mas que gosto muito. A vida no campo, o cultivo de produtos agrícolas, as plantas, os arranjos florais, os animais, a decoração, o artesanato e claro a culinária.
Depois de ter tirado um curso de História da Arquitectura, de ter sido modelo e de ter vendido móveis, aos 35 anos decidiu começar um negócio de catering na cave da sua casa de campo em Connecticut, a belíssima Turkey Hill. Também foi gerente de uma loja de comida gourmet e pouco depois abriu a sua própria loja. O marido era editor e graças a uma festa que Martha organizou, revelando o seu talento na cozinha, surgiu a hipótese de publicar o primeiro livro de culinária. Ao que se seguiram muitos mais na década de 80. Durante esse tempo, escreveu colunas em jornais, artigos de revistas e fez presenças em programas de televisão. Nos anos 90, surgiu a revista Martha Stewart Living da qual se tornou editora chef (em 2002 tinha uma tiragem de 2 milhões de cópias). Começou por ter um programa televisivo de meia hora semanal baseado na revista que rapidamente passou a uma hora diária. No final dos anos 90, formou a companhia Martha Stewart Living Omnimedia, que administra a sua carreira televisiva bem como todas as publicações. Nos anos seguintes viu-se envolvida num escândalo de corrupção, mas a máquina que gere a sua imagem avançou com novos projectos, livros, programas e contratos com empresas que desenvolveram produtos associados a Martha.
Recentemente pôs à venda a casa Turkey Hill cenário dos seus 34 livros. Mas mantém residências em Bedford, New York a Cantitoe Corners; a casa de verão no Maine, conhecida por Skylands e no East Hampton a Lily Pond Lane Home.
Aos 70 anos, esta dona de casa do Connecticut que se tornou numa das empresárias mais bem sucedidas do mundo é um exemplo de com algo simples, como cozinhar, tratar de plantas e hortas se pode ir muito longe.
Em Portugal também temos exemplos de Impérios que foram construídos a partir de coisas simples como a produção de vinho e café. Mas creio que hoje em dia, tirando o mundo da música, da televisão e da política, é praticamente impossível construir um império, digo, ter mais que uma casa, uma empresa, gerir uma rede de negócios, ter sucesso e lucro a partir de uma coisa tão simples, como ser bom cozinheiro, ter editado um livro, ter uma empresa de catering, inventar um cupcake, cultivar um legume raro, abrir um restaurante… Simplesmente porque há gente amais em tudo. Outros tempos digo eu. Mas não custa nada tentar.
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