No embalo do que escrevi no post anterior e ter recordado os anos 90, senti-me impelido a vasculhar a pasta das músicas dessa época. Por vezes faz bem ir aos baús e recordar o passado, porque há músicas que não passam de moda e há pensamentos e sensações que revivemos com elas. Com a entrada numa nova década, os 90’s ficaram a uma distância de 20 anos o que provavelmente vai levar a um revivalismo de toda a sua ambiência. Tal como havia acontecido com os anos 80 que até agora têm servido de inspiração para músicas e modas.
A minha adolescência foi vivida nos anos 90 mas não os recordo como tempos kitsh, pois foram muito mais contidos que os anos 80. A cultura jovem foi muito diversificada e ramificou-se em tribos num universo social muito diverso. A expressão estava nas roupas, nas tatuagens, piercing, consumo de drogas, nos diversos estilos musicais e no sexo na adolescência. Todos procuravam uma identidade própria ou um grupo social com que se identificassem, procurando assim uma imagem pessoal e única. Eram os primórdios da individualização da imagem.
Recordo a moda muito mais sóbria e monocromática, com o preto e o branco a reinar tanto na roupa como nas publicidades e clips de música. Procurava-se algo intemporal, algo para a posteridade, que não passasse de moda e que só estas cores conseguem transmitir. Ainda não tinham surgido as lojas de roupa de massas e a Levis imperava como grande marca de calças. Inspirados pelo estilo hippie, rasgavam-se gangas ou manchavam-se com lixívia. Também se ressuscitaram as boca-de-sino que perduraram muitos anos e que eu usei e abusei. Numa vertente mais rock/grunge (estilo musical em voga) usavam-se calças elásticas e camisas de flanela aos quadrados. Calçavam-se botas Dr. Martens, sapatilhas All Stars rotas e usadas até mais não, que contrapunham às Adidas brancas Stan Smith. Os sacos a tiracolo usavam-se em vez das tradicionais mochilas e os discman ultrapassaram os walkman. Tudo isto e muito mais se pode encontrar neste site que mostra o retorno dos 90's na moda urbana actual http://fashiongrunge.com/
Nos cabelos, durante os primeiros anos, predominou o corte à tigela para os rapazes e poupas enormes empestadas de gel para ambos. Por outro lado cabelos lisos e longos com grande influência de Kurt Cobain.
O rock, o grunge, o pop, o disco, todos os estilos musicais eram ouvidos. Deixo aqui algumas músicas que retratam esse tempo e que ainda hoje não consigo deixar de ouvir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário