sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Revolta



Agora mais do que nunca as manifestações são praticamente diárias, o descontentamento com o governo generalizou-se e atinge quase todos os setores económicos do país, a mão pesada da austeridade já chegou à imprensa, no entanto continua tudo tranquilo na igreja, no futebol e pois claro na própria política, onde nunca se corta nada.
Podia dizer que me fascina a revolta das populações, como é o caso das reações ferozes dos Gregos e dos Espanhóis, podia expressar-me a favor da violência como um ato que pode não resolver muito, mas ajuda a demonstrar o descontentamento geral, podia falar das nossas manifestações que deixaram de ser pacíficas porque estamos a chegar ao limite do tolerável, podia excomungar a força policial que nunca está do lado dos cidadãos, mas já falei demais sobre tudo isso...
Venho então constatar simples factos que me parecem pertinentes: porque é que todas as manifestações rumam à Assembleia da Republica? Porque é que os manifestantes anseiam por subir os degraus e entrar lá dentro? Porque é que os policias guardam aquilo como se fosse o Castelo do Rei? Será que esta gente pensa que o Passos Coelho está lá dentro debaixo de uma mesa a roer as unhas com medo de ser tomado pelo povo em fúria? Será que depois de derrubarem as barreiras e passarem pelos homens armados, alguém vai entrar e sentar-se na cadeira do presidente da Assembleia e começar a mandar no país? E como é que se decidia quem iria ter esse direito? Enfim, enfim... se é para fazer as coisas façam-nas como deve ser: protestem à porta da casa deles, intersectem-lhes os carros, invadam o ministério das finanças, boicotem a distribuição do combustível como fizeram há 5 anos atrás, há tantas coisas que se podem fazer e com melhores resultados... 


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